quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Da virtude

A virtude não está no meio, está nas pontas.
No meio está, sem dúvida, o aperto, a dificuldade séria disto tudo, porém não a virtude.
Está a escolha, a espera, a incerteza. Enfim, o caminho. Porém, não a virtude. Ser isto e não aquilo. Optar. Acertar. Cair. Escorregar. Levantar.
E apertar, apertar...
E mesmo com força, voltar a escorregar. Passar horas, dias, meses, anos, um segundo que seja, sem acertar. Só errar. Depois encontrar, segurar, e voltar a escorregar. Cair e levantar. Nunca saber, só esperar.
Aguentar, aguentar...
No meio está isto tudo, porém não a virtude.
É bonito, mas não é a virtude.
Não duvidem, meus senhores, a virtude está nas pontas. Viver sem medo. Ser assim e gostar. Não ter pudor. Não pensar muito se revelar, ou ocultar. Mostrar. Dizer, de preferência a gritar. Na virtude não há limite de coragem ou decibéis. É ter coragem de ser, e clamar
O que é a virtude?
É decidir e respirar
O resto é alcatrão para lá chegar.

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